Não é novidade em Serra Grande para ninguém que tem um sambista local bastante aclamado na Vila. Aliás, o seu grupo musical, quando ao vivo, além de não deixar ninguém parado tocando releituras de clássicos do samba, também cria arranjos originais. “O repertório é pagode, samba de raiz e aí a gente vai emendando uma na outra”, diz Valdelicio Mendes, 66 anos, cavaquinista, bandolinista e violinistas do grupo Revelação da Serra.
O músico que vai fundo no baú da memória explica como se deu seu interesse pela música: “Comecei tocando cavaquinho com mais ou menos doze ou treze anos. Quando tinha quinze ou dezesseis de idade eu ganhei um cavaquinho da patroa do meu pai”, ele revela.
Autodidata, Valdelicio diz que a música para ele é um dom. “Nunca aprendi música na escola, mas fui por minha conta, eu pego de ouvido. Na banda, que não está se apresentando, por causa da pandemia, tocamos ritmos de pagode em arrocha, arrocha com pagode, axé com pagode e assim por diante, para não ficarmos para trás”, fala brincando.
O cavaquinista lembra com bastante orgulho das bandas que integrou: “Fiz parte de um grupo em Lagoa Pequena, com o Zé de Nei, grande violonista. Nós tocamos bastante, inclusive, em Serra Grande, mas depois ele faleceu. Depois formei a Revelação da Serra, que além de mim, tem Boaventura, Maciel, Jorge Valério, dois meninos da Ponta da Tulha e um grande panderista do Mamõa”.
Comments